O que as mulheres querem dos homens?

 

Luciene Godoy

Recentemente um cliente pediu-me, com uma carinha meio marota, meio desconsolada, que escrevesse sobre o que as mulheres querem dos homens. “Nós homens estamos tão perdidos quanto ao que as mulheres esperam de nós. Estamos confusos!” Com razão, porque antes sabia-se o que as mulheres queriam dos homens. Hoje não mais!

Antes, elas queriam ter um homem que lhes desse o sustento e filhos. Todo o valor social que uma mulher podia ter vinha do fato de se tornar “mãe de família”. Poucas décadas atrás, uma mulher bem sucedida que não fosse casada era uma coitadinha, tão competente… mas, “ficou pra titia!”. Nem dinheiro, nem profissão, nem inteligência lhe conferiam, de fato, valor social. Só o casamento e principalmente a maternidade. Por isso as piadinhas: “ela laçou um bobo”… Ter um homem era o feito, já que tudo o mais adviria disso.

O homem também tinha a sua posição marcada no jogo social, se tivesse constituído uma família e se tornado um “homem de respeito”. Também era respeitado por ter uma profissão, por ser inteligente e até mesmo não se perdia o respeito por ele se desse suas escapadinhas. O direito ao prazer sexual lhes era assegurado.

E agora José? A festa acabou!! O mundo mudou e as mulheres também podem querer algo mais de um homem além de que seja seu provedor e pai dos seus filhos.

Mas, afinal de contas, o que é que elas querem?

Sim, porque é bem sabido que os homens querem uma “amante  na cama e uma dama na sociedade”. Alguém contra? Eu acho uma ótima idéia, só que esta junção raramente se realiza. Então, qual a saída? Para ter prazer a mulher também vai “pular a cerca?”

Não! Eu tenho pra mim que o que querem as mulheres de hoje éééé… o mesmo que os homens: um amante na cama (desbancando os malandros que tanto as atraem, que sabem seduzir e se fazer desejar) e um cara amigo e confiável fora dela.

Esta síntese pode ser pensada se considerarmos que amor e ternura pertencem a um campo; desejo e tesão, a outro; e que cada qual tem o seu momento de prática.

O amigo é aquele em quem confiamos, com o qual contamos, que preza a amizade, o convívio, as afinidades.

O amante é aquele do qual nunca saberemos tudo. Nos deixa meio inseguras, sem saber o que ele pensa e o que é. Não é previsível. Romantismo demais? Não, essas são qualidades que todo ser humano tem se não estagnar-se, inclusive numa relação com uma falsa segurança (leia-se “morta”).

O amigo traz segurança; o amante, insegurança, que provoca emoção, desejo.

Vale tentar?


Artigo originalmente publicado no jornal O Popular em 24 de fevereiro de 2011.

Este post tem 2 comentários

  1. Marco Vigário

    Luciene, engraçado como tantas vezes nos preocupamos e buscamos respostas nos outros e, ao final, percebemos que elas estão em nós mesmos. Não raro, a pergunta sobre “o que ELE/ELA quer” desemboca em outra, inescapável: “o que EU quero”. Esse talvez seja mais um caso.

  2. DINILVA RODRIGUES

    Eu espero de um homem e busco cumplicidade, confiança e que sabem seduzir e se fazer desejar, um bom amigo.”Quero isto”.

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