Quem diria? Sempre chamamos o coração de sem juízo. Sem pé nem cabeça. Será que coração tem inteligência?
Diante de uma situação de impasse, de um caminho nunca antes trilhado, sem marcações prévias, que não nos permite lançar mão da razão e da clareza, o que fazemos?
Bem, podemos perguntar a opinião de amigos. Ou abrir livros de sabedoria ao acaso e com os olhos fechados deixar o dedo cair para obter uma mensagem guiadora. Tem os que vão ler búzios, tarôs, mapas ou o que quer que seja que possa lhes dar “uma luz” sobre a escolha certa, sobre o futuro.
Vocês não acham isso arriscado, perigoso mesmo? Imagina colocar o meu destino e minhas escolhas nas mãos alheias, mesmo que nos convençamos de que tem “uma força maior” por detrás. Será?
É, mas todo mundo sabe que pelo coração não se pode ir. Outros, no entanto, repetem a frase “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. O que quer dizer que há um racional no emocional.
Aí cheguei onde queria. Há, sim, um tipo de lógica no emocional. Podemos, sim, confiar nas emoções, elas podem também nos guiar.
Sabemos, muito freqüentemente, quando queremos ou não algo. Temos, isso sim, covardia de admitir e fazer acontecer. Quantas vezes falamos “no fundo, no fundo eu sabia que isso não iria dar certo ou que iria dar certo”? Ou seja, não temos a coragem de dar ouvidos a algo que sabemos, mas não conseguimos entender porque sabemos.
O desejo é, talvez, o dispositivo mais confiável para saber da gente mesmo e, no entanto, é o do qual mais desconfiamos.
É verdade que tem muita gente que se dá mal fazendo escolhas impulsivas, neuróticas, repetitivas, dizendo que, por serem ilógicas, são fruto de sua “intuição”. Também não vale. Não é disso que estou falando.
Tente parar de dizer que não sabe o que quer e assuma que você “no fundo” sabe sim, só não tem coragem de fazer valer, de transformar a sua vida indo em direção ao seu desejo.
Deste modo você vai perder a festa da vida, que nada mais é do que viver em paz com você mesmo e com aquilo que é.
Só que nós teimamos em satisfazer supostas expectativas alheias achando que assim seremos felizes e vivemos com a cara amuada de quem foi passado para trás.
Na verdade foi você que deixou a sua vida de lado correndo atrás do desejo do outro e não do seu.
No final das contas é o desejo que dá conta do recado de saber de nós mesmos. A questão é ter a coragem de ouvi-lo, não se fazer de surdo e seguir o rumo que ele aponta.
Mas, a felicidade não é mesmo para os covardes.
Hoje estou precisando de tres horas consecutivas de terapia….mas esse artigo ja ajudou bastante!!!!! Insisto em por minha felicidade na mão dos outros!!!!
Muito bom e terapeutico…