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Por que estamos vivos?

Porque Deus assim o quer? Porque a nossa hora ainda não chegou? Qual é a sua resposta?

Muitas respostas são possíveis, mas se não estou equivocada, quase todas vão colocar a razão em alguma causa externa.

De uma eu gosto especialmente. É risível, apesar de ser tão levada a sério.

Você com certeza já viu muitos pais entristecidos, dizendo que o(a) filho(a) lhes joga  na cara – muito frequentemente em ocasiões em que algo não lhe agrada – que não pediu para nascer. Que está no mundo por “culpa” dos pais.

Aos pais, jogados nessa saia justa, só resta ficarem paralisados, sentindo-se culpados, presos na teia de aranha de um argumento irrefutável. De fato, foram eles mesmos que colocaram aquele ser humano no mundo.

É verdade, estamos aqui porque nossos pais nos deram a vida. Uma ressalva ,porém: só nos mantemos vivos porque queremos, e isso ninguém costuma nos dizer. Aliás, uma afirmação estranha como esta nem mesmo é dita por aí.

Um bebê ao nascer começa a respirar por conta própria e daí para frente cada vez mais vai conseguindo ampliar sua independência até se tornar um adulto da espécie. Vamos cada vez mais sendo responsáveis pela nossa existência.

A principal razão de estarmos vivos não é porque alguém nos pôs na vida. Estamos vivos porque queremos viver, fazemos a cada dia a escolha pela vida. Ninguém tem que ser responsabilizado por estarmos vivos.

Pode-se até argumentar que tem muita gente doente que gostaria de continuar a viver e está morrendo de câncer, por exemplo. É isso mesmo! Nem sempre é possível querer continuar vivo e poder. No entanto, o meu argumento aqui é outro: não é possível estar vivo sem ter escolhido permanecer vivo.

Esta é uma escolha da qual ninguém costuma falar, mas é uma escolha.

Não é por acaso que continuamos vivos. Nem tampouco pela escolha alheia. É simplesmente porque queremos.

Volto a dizer: viver é uma escolha e isso nos coloca a responsabilidade – acho mesmo que nós nem pensamos muito neste quesito – de adjetivar nossa vida. Não é somente a responsabilidade pela escolha de viver, mas também pelo tipo de vida que levamos. Ou então vamos começar a dizer que o outro é responsável pela vida horrível que vivemos.

Fugir da morte não é possível, já sabemos. Escolher continuar vivos ao sermos ofertados com a possibilidade, essa é a parte que nos compete.

Se nos salvamos de um acidente terrível, se o tiro do assalto não nos matou etc… Então nos é dado de novo a escolha de continuar vivendo e de fazermos valer nossos dias aqui na Terra.

Agora, dizer que nós não escolhemos continuar vivendo para justificar a pobreza do que fizemos de nossa vida, isso já fica meio difícil de sustentar.

Mudemos o disco.

Ao invés de responsabilizarmos os outros por tudo o que nos acontece, façamos a nossa vida valer a pena. Por acaso não determinamos nada? Não somos nós que fazemos ou deixamos de fazer as mudanças de rumos da nossa jornada?

É muito fácil dizer que viver não foi nossa escolha.

Viver foi e continua sendo nossa escolha, assim como continua sendo escolha nossa quais adjetivos juntar à nossa vida para ela ser vazia, depressiva, desinteressante, cheia, divertida… A lista é infinita.

 

Esta é, pois, mais uma resposta que se pode dar à pergunta em questão: se não somos nós que fizemos a escolha de virmos ao mundo, somos nós que escolhemos continuar nele. E somos nós também responsáveis por adjetivar essa escolha.

Se gostamos ou não de nossa vida, pelo menos tenhamos claro que a escolha não só foi como continua sendo nossa.

E de agora em diante dá para negar a responsabilidade pelas nossas escolhas, grandes ou pequenas? Será que foi mesmo o outro que escolheu por nós?

O que afinal queremos? Achar o culpado ou achar o caminho?

Este post tem 4 comentários

  1. Márcia

    Oi Luciene td bem?!

    Preciso ver com vc a questão do valor da participação nos Gs! Qual é o valor?! Aproveito pra avisar q nessa quinta n irei pois viajarei pela manha… Será a viagem de férias com a família pois esse ano n viajamos ainda. Voltamos na seg 01/04!

    Abraços e aguardo retorno!

    Enviado via iPhone

  2. Maria Helena

    Luciene! Como vai?
    O que eu faço minha querida?
    Não faço mais nada em casa, A minha paixão agora é ler os seus artigos. São ótimos para pensarmos em nossa vida aqui neste planeta..
    Muito obrigada!

  3. Heidy de Abreu

    É.. e o sempre atual binômio escolher x assumir, onde o assumir nem sempre é fácil, e caímos na tenebrosa tendência humana de culpar.Culpar de qualquer jeito, culpar o outro, culpar a nós mesmos. Uma tentativa infrutífera de escapar do resultado da escolha assumida…
    Algo me diz que a maturidade, que nem sempre está ligada à idade, abre nossos olhos quanto à essa questão…
    O ideal é parar de perder tempo achando culpados e sim caminhar em frente, assumindo as consequências das más escolhas, se perdoar, escrever um novo caminho, gozar os resultados positivos de escolher viver… estar vivo e viver..
    Tomara que eu consiga…

    Heidy de Abreu.

  4. Clara

    Não sei quem é, se é uma psicóloga, ou couch, só sei que esse artigo era tudo o que eu precisava ler hoje, em um dia que eu estava depressiva, pensando no por que da existência da vida e querendo sumir! Parar de existir.

    Sempre me questionei essas coisas, desde criança, e isso agora na vida adulta tem me afligido muito mais! Acho que aflige mais, justamente pelo o que você mais ou menos disse, de que nascemos e de bebê até a vida adulta, cada vez mais buscamos nossa independência e começamos a ser responsáveis por nós mesmos. Essa responsabilidade por si mesmo que aumenta meus questionamentos sobre a vida e a depressão! Por que agora não são mais meus pais que tem que me acordar para ir ao colégio, sou eu que tenho que acordar cedo para ir trabalhar! Não são mais meus pais que fazem meu alimento, sou eu que tenho que ir ao mercado e preparar! Não é mais minha vó que cuida de mim quando estou doente, sou eu que tenho que marcar meus médicos e tomar meus remédios, ou seja, sou eu que tenho que cuidar de mim mesma para permanecer viva! E quando nós crescemos e criamos a responsabilidade por nós mesmos fica muito mais fácil se questionar do por que disso. Por que viver, pra que? Pra que tenho que acordar todo dia de manhã e fazer essas coisas? Quem foi que ditou isso? Eu não pedi isso… Etcetc

    E então, no meio de todas essas questões, muito aflita, procurei a seguinte frase no google ” por que estamos vivos ” e achei seu texto, e nele, uma frase me tocou muito: ” Ao invés de responsabilizarmos os outros por tudo o que nos acontece, façamos a nossa vida valer a pena. Por acaso não determinamos nada? Não somos nós que fazemos ou deixamos de fazer as mudanças de rumos da nossa jornada? ”
    A verdade é que eu me prendo demais em saber o motivo e o por que das coisas, ao invés de simplesmente já que eu estou aqui, criar as rédeas da minha vida e fazer ela o melhor possível que posso fazer! Buscar o que me faz bem, o que me fará crescer, ser um diferencial na vida das pessoas e da minha família, e também honrar quem me pois no mundo, que são meus pais. E sinceramente, se existe algum motivo para viver seria esse, viver pelos pais que te colocaram neste mundo, que sofreriam demais se eu resolvesse acabar com minha própria vida. Então a causa se torna motivo.

    É isso, vou tentar seguir sem me preocupar muito com os motivos. Um passo de cada vez. Essa vida primeiro. Depois vejo o que terá além daqui.

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